quarta-feira, 24 de junho de 2009

ELEIÇÕES NO IRÃ: A CRISE DO TWITTER

Certamente o líder supremo político e religioso do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, jamais imaginou que um dia teria que enfrentar a revolução tecnológica. Seus problemas vieram em dose dupla: a revolta da população e a revolução provocada pelas novas tecnologias da comunicação (a rede mundial de computadores, celulares, mp3, gravadores e câmeras digitais, blogs,You Tube e principalmente o twitter), que romperam as barreiras da censura.

A crise política vivenciada no Irã, é sem precedentes naquele país. A população indignada com a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em 12 de junho, tem saído às ruas de Teerã desde então numa série de protestos exigindo uma nova eleição. Houve confrontos violentos com as forças de segurança do governo, deixando um saldo de pelo menos 20 mortos e dezenas de feridos. Muitas pessoas também foram presas, inclusive membros da imprensa. Na tentativa de esconder a real situação, o governo iraniano decidiu censurar a imprensa internacional que foi proibida de atuar no país. Alguns jornalistas até foram expulsos de lá. A imprensa estatal age conforme determina o governo, omitindo a verdade. Nem Khamenei nem Ahmadinejad imaginaram que as imagens dos conflitos diários seriam vistas em todo o mundo graças às novas tecnologias da comunicação. Uma das imagens mais chocantes foi a de uma jovem, Neda, que morreu ao levar um tiro no peito. A cena trágica foi filmada por outro manifestante, postada na internet e divulgada ao mundo. A oposição iraniana usa os microblogs para se organizar e informar seus aliados, além de divulgar para a imprensa mundial o que de mais importante está ocorrendo. Vídeos captados e enviados por telefones móveis e fotos em baixa definição foram copiados por blogs e sites noticiosos, driblando a censura. Especialmente o Twitter tem sido uma importante ferramenta de comunicação no Irã.

Matéria veiculada no caderno Tecnologia do jornal A Gazeta do Povo, edição do dia 22 de junho de 2009, também aborda o assunto e afirma que: ‘as eleições do Irã serão lembradas como a crise do Twitter. A rede social, que permite aos usuários postar mensagens (apelidadas de “tweets”) de até 140 caracteres, mostrou-se perfeitamente adaptada a uma situação delicada e que envolveu uma intensa sede por informação em tempo real’.

É óbvio que o governo iraniano entrou em ação e fechou o acesso a vários servidores por onde o Twitter era acessado. Como alternativa os usuários da Web passaram a utilizar servidores paralelos, muitos deles fora do país. É assim que as informações continuam chegando.

O estopim da crise foi às denúncias de fraudes nas eleições. O Conselho de Guardiões, órgão legislador responsável por ratificar o resultado do pleito, admitiu a ocorrência de irregularidades em ao menos 50 cidades e concedeu apenas a recontagem parcial dos votos. Houve mais votos que eleitores, cerca de (3) milhões de votos irregulares. O Conselho alegou, porém, que o fato não foi suficiente para causar a anulação da votação. Os (3) candidatos derrotados, entre eles Mir Hossein Mousavi, denunciaram 646 supostas irregularidades em favor de Ahmadinejad.

Ainda não há previsão sobre quando o país voltará a ‘normalidade’. O resultado da eleição foi confirmado nesta quarta-feira (24), depois da recontagem de 10% dos votos. O dia foi de novos protestos e violência policial. Novamente as imagens foram parar na Web. O líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, reafirmou que não vai ceder às pressões populares e garantiu que não vai haver nova eleição.
POR TV NET FACNOPAR (ELY MACEDO)

2 comentários:

  1. Olá pessoal. Sou Laura Barcha, professora orientadora do blog Opinião, executado pelos alunos dos 1ºs anos de JO e RTV da Fatea (Lorena) (www.rtvevoce.blogspot.com) O Anderson entrou em contato conosco e nos convidou para conhecer o trabalho de vcs. Muito bom, estão de parabéns. Vamos continuar em contato. Nos dias 23, 24 e 25 de setembro a Fatea realiza o 2º Congresso Integrado do Conhecimento. Quem sabe, vcs não participam? Mais informações no site da Fatea (www.fatea.br) Até mais.

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  2. As novas tecnologias só vem a acescentar, elas possibilitam a liberdade de expressão é isso fica cada dia mais notório.
    Parabéns ao grupo pela postagem a matéria está excelente.

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