O reality show à primeira vista se mostra como um termo um tanto quanto contraditório. Primeiro que de real não tem nada e depois, que um show (apresentação) envolve todos os elementos extraordinários que possibilitam ver algo fora do comum, algo que é feito para ser visto. Note o 'é feito".
Assim, outra importante consideração a ser lembrada, diz respeito a mistura de gêneros com audiência comprovada que permeiam a "construção" de um reality. Traduzindo: drama, humor, erotismo e outros mais, fazem parte constante dos conflitos e emoções "reais" de um BBB, Casa dos Artistas ou A Fazenda (mais recentemente). Outra clara mostra da presença da Indústria Cultural, que se serve daquilo que é sucesso pronto.
Juntando-se a isso, um conceito de Edgar Morin, intitulado "olimpianos" (para descrever as inacessíveis celebridades criadas pela cultura de massa) ocorre hoje de forma cada vez mais instantânea. Os realities shows produzem celeridades sem mérito algum, fulcrando-se assim em outro pensamento que define realísticamente (que ironia!) asituação que vivenciamos: a democracia radical de Braudillard, na qual todos (sem qualquer distinção ) teriam condições de se
transformarem em "olimpianos".
Para finalizar, outro questionamento que pode ser levantado, relaciona-se a tênue linha que separa o público do privado. Especificamente nos realities shows essa problemática envolve ainda a necessidade de saber, conhecer, bisbilhotar a vida do próximo (voyuerismo).
Em síntese, pode-se dizer que não existe melhr exemplificação para representar um simulacro do que um reality show (conceito também de Braudillard, que consiste em mostrar uma representação do real, uma falsa realidade que de tão falsa faz com que se creia que o vê é real).
LOPES DA SILVA, Anderson
*Texto escrito no dia 28/12/2009 como avaliação de TEORIA DA COMUNICAÇÃO II, ministrada pela Prof. mestranda Regina Krauss.
Nenhum comentário:
Postar um comentário